Havana, 17 Setembro (Prensa Latina)
O chanceler Bruno Rodríguez afirmou hoje que apesar das medidas anunciadas pelo presidente Barack Obama, nos últimos anos se recrudesceu o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba. “Apesar das medidas anunciadas pelo presidente Barack Obama em 17 de dezembro de 2014, e sua declarada disposição em envolver-se em um debate com o Congresso para suspender o bloqueio, as leis e regulamentações que sustentam esta política continuam vigentes e são aplicadas com todo rigor pelas agências do governo dos Estados Unidos”, indicou Rodríguez em coletiva de imprensa.
O ministro apresentou o relatório sobre a resolução 69/5 da Assembleia Geral das Nações Unidas, intitulada “Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos de América contra Cuba”. Essa medida de Washington dura mais de meio século. “Apesar do novo cenário, no período (2014-2015) manteve-se o recrudescimento do bloqueio em sua dimensão financeira e extraterritorial, o que se evidencia na imposição de multas milionárias contra bancos e instituições financeiras como resultado da perseguição das transações financeiras cubanas”. Rodríguez informou que esse documento, que já circula entre os membros da ONU, será debatido e votado pela Assembleia Geral em 27 de outubro próximo. Em 23 ocasiões anuais anteriores, esse texto recebeu o respaldo cada vez mais majoritário da comunidade internacional. Revelou que o dano econômico ocasionado ao povo cubano pela aplicação do bloqueio, considerando a depreciação do dólar frente ao valor de ouro no mercado internacional, ascende a 833.755 bilhões de dólares.
Enquanto – acrescentou – estimativas realizadas, a preços correntes, indicam que esta política econômica tem provocado prejuízos de mais de 121.192 bilhões de dólares aos diferentes setores do país. Destacou que a nova resolução parte de uma atualização do texto tradicional apresentado durante mais de 20 anos e que teve um apoio esmagador na Assembleia Geral. A política restritiva de Washington contra Havana tem recebido qualificações de absurda, ilegal e moralmente insustentável. Como novidade, o documento tem dois parágrafos sobre a restauração das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, ainda que observe com preocupação que as sanções econômicas do bloqueio continuam vigentes.
Nesse sentido, o chanceler cubano apontou que apreciamos que Obama tenha tomado decisões executivas que modifiquem alguns aspectos das relações bilaterais, mas não pode ser dito, com base nos fatos, que se tenha modificado a aplicação do bloqueio. Após assinalar que essa política é uma ação unilateral aplicada a Cuba por parte dos Estados Unidos, que tem afetado econômica e financeiramente o povo cubano, Rodríguez assegurou que por isso “deve ser unilateralmente suspenso”.