Havana, 12 – Prensa Latina
Milhões de cubanos foram neste domingo às urnas para eleger os deputados ao Parlamento e às Assembleias Provinciais do Poder Popular, eleições nas quais ratificaram seu respaldo ao sistema democrático da ilha. Em ambiente de festa, marcado pela chuva em algumas partes do país, os eleitores disseram sim com seu voto à Revolução e ao Socialismo, em um processo que teve nas boletas 605 candidatos a deputados e 1.265 delegados às Assembleias Provinciais, e os que alcançarem mais da metade dos votos ocuparão igual quantidade de cadeiras em ambas instâncias.
Segundo o informe da Comissão Eleitoral Nacional (CEN), emitido as 17:00 horas (local) de domingo, exerceram seu direito ao voto 78,57 por cento dos inscritos em uma listagem que inclui 8.740.569 milhões de cidadãos maiores de 16 anos.
A CEN prevê hoje uma coletiva de imprensa para informar os resultados das eleições qualificadas de históricas, porque, dos legisladores selecionados, sairão em 19 de abril os integrantes do Conselho de Estado e seu novo presidente, encarregado de garantir a continuidade da Revolução Cubana.
O presidente Raúl Castro ratificou no final do ano passado que deixará o cargo no próximo mês, quando inicia a IX Legislatura da Assembleia Nacional.
‘Vamos seguir com nossas ideias, com os mesmos alinhamentos. Nós confiamos em nosso Estado e nosso país, portanto, apoiaremos quem resulte como novo presidente para que a cada dia nossa revolução ganhe mais força’, declarou à Prensa Latina a aposentada Modesta Fabré.
Por sua vez, o trabalhador do setor privado Yasniel Camacho, manifestou confiança no Parlamento e na continuidade do processo inclusivo imperante na maior das Antilhas desde 1 de janeiro de 1959. ‘Quem ocupe a máxima responsabilidade continuará levando o processo cubano como fizeram Fidel e Raúl’.
Dirigentes do país recordaram ontem que os cubanos foram em massa às urnas em votações enquadradas em um complexo cenário, caracterizado pela atualização do modelo socioeconômico e a escalada do governo dos Estados Unidos em sua hostilidade para com a ilha.
‘Sabemos tudo o que nos falta por fazer, mas se algo devemos fazer hoje é saber defender o que já temos. Neste domingo é imprescindível escudar nosso socialismo. Ainda mais quando temos pela frente um governante (o estadunidense Donald Trump) que quer acabar com este processo, advertiu o presidente do Parlamento, Esteban Lazo, pouco depois de exercer seu direito ao voto nesta capital.
Lazo rechaçou os argumentos que se esgrimem contra Cuba e sua democracia, e recordou o protagonismo dos jovens e das mulheres, estas últimas com ampla presença na Assembleia Nacional, já que caso se ratifique as candidaturas votadas ontem, o país caribenho será o segundo do mundo com maior presença feminina no Parlamento (ao redor de 54 por cento). “A democracia –precisou- não se mede pela quantidade de partidos políticos em uma sociedade, mas pela participação que tem o povo na vida social de uma nação”.
O chanceler Bruno Rodríguez também destacou o protagonismo popular que caracteriza as eleições em Cuba e a ausência nos mesmos dos interesses multinacionais, da politicagem e das manipulações do voto ou da conduta política das pessoas. “Aqui trata-se da expressão genuína da vontade do povo sobre a direção a seguir, sobre a eleição das pessoas que, com compromisso de servir ao país, trabalharão em prol de um ideal de nação e traçarão o rumo para tornar mais eficiente, democrático e justo o socialismo cubano”.
A propósito da grande participação nas eleições de ontem, o primeiro vice-presidente Miguel Díaz-Canel afirmou que representa uma clara demonstração de respaldo à revolução. “Com nosso voto –disse- demonstramos que esta pátria continua sendo independente, livre, soberana e socialista”.