Todalas entradas de Terrasenamos

A Venezuela e a política eleitoral irracional de Trump

Protesto contra a intervenção dos EUA na Venezuela, em frente à Casa Branca, marzo de 2019.

*Jorge Arreaza Montserrat – COHA, 0rg

As eleições sempre têm um efeito interessante nas políticas públicas, principalmente se a pessoa encarregada de projetar e implementar uma certa estratégia estiver competindo pela reeleição.

Na política, é lógico que um candidato decida mostrar medidas e realizações bem-sucedidas, minimizando falhas ou deficiências. No entanto, o que é irracional é que um candidato insista em apresentar, preservar e aprofundar uma política que acabou sendo um fracasso, que o próprio candidato apenas apoia pela metade. É o caso da atual política fracassada do governo Trump em relação à Venezuela, que está sendo reforçada apesar de seu fracasso, enquanto descarta uma abordagem mais apropriada: o diálogo.

Em 23 de janeiro de 2019, como John Bolton aponta em suas controversas memórias, os assessores de Trump fizeram lobby para o governo dos EUA reconhecr como “presidente interino” um jovem político desconhecido, Juan Guaidó, que representava o partido Voluntad Popular, de Leopoldo López, principal aliado de Washington que planejou os violentos protestos de 2014 e 2017. Em vez de produzir uma mudança de governo, essa ação levou à decisão da Venezuela de romper as relações diplomáticas com os EUA. O reconhecimento de Guaidó arrastou o governo dos Estados Unidos, bem como muitos de seus aliados subordinados, por um caminho de fracasso após fracasso em sua política de mudança de regime. Além disso, também arrastou o povo da Venezuela através de um bloqueio brutal que corroeu seus padrões de vida e afetou seriamente seu bem-estar.

No decorrer de 2019, o governo Trump imaginou que o mundo inteiro mergulharia em um estado coletivo de negação, não reconheceria mais o governo constitucional do presidente Nicolás Maduro e, em vez disso, reconheceria Guaidó, que na prática nem sequer exerce controle de qualquer instituição em Caracas. Um mês depois de sua autoproclamação, Guaidó, com o apoio e a propaganda dos Estados Unidos, tentou forçar a entrada da suposta ajuda humanitária no país enquanto esperava que as Forças Armadas traíssem o presidente Maduro. Eles falharam. Em 30 de abril, Guaidó e López, com o apoio de seus parceiros militares e americanos desertos, lideraram uma tentativa frustrada de golpe, contando com o apoio de funcionários públicos, um apoio que nunca veio. Isso levou Bolton a enviar tweets desesperados e Elliott Abrams a reclamar que seus telefonemas não foram atendidos. Eles falharam novamente.

Hoje, mais de dois terços dos Estados membros das Nações Unidas ainda reconhecem o governo legítimo da Venezuela e é o próprio Trump quem está duvidando de sua eleição errônea de Guaidó.

No entanto, o ano de 2020 veio com um desafio imprevisto: a pandemia do COVID-19. A aposta na reeleição de Trump não contava com o sério impacto que esta crise de saúde teria num dos pontos fortes de sua campanha, a economia. Ainda menos ele poderia imaginar o custo que essa pandemia teria para toda a população: até o momento, mais de 150.000 mortes foram oficialmente atribuídas ao COVID-19. Uma crise de mais de 45 milhões de desempregados está afetando seriamente os Estados Unidos. Houve protestos maciços em todo o país desde o assassinato de George Floyd, um homem afro-americano, pela polícia. Mas são muito mais que protestos contra a discriminação sistêmica: são protestos contra um sistema que abandonou a maioria de seus cidadãos pobres.

Trump teve uma oportunidade de ouro em suas mãos para mostrar liderança, admitir as deficiências do sistema e iniciar um processo sem precedentes que redirecionaria as prioridades da nação, reduziria a militarização agressiva da polícia e da política externa e criaria uma estratégia sólida de ajuda aos trabalhadores, além do fortalecimento do sistema de saúde.

Em vez disso, Trump mergulhou num labirinto onde o desespero de vencer a reeleição obscurece seu pensamento e, em vez de recorrer a políticas domésticas sólidas, optou por culpar os inimigos estrangeiros e desviar a atenção da gestão catastrófica da situação. 

Primeiro, ele culpou a China e recorreu a uma narrativa racista, com ares de Guerra Fria, como se isso fizesse algo para ajudar a população americana que sofria. No final de março, quando o número de mortos aumentou, Trump anunciou que estava intensificando sua campanha de “pressão máxima” contra a Venezuela. Em menos de uma semana, um homem que ajudou a justificar a invasão do Panamá em 1989 e agora chefiava o Departamento de Justiça, apresentou queixas contra o presidente Maduro e outros líderes da Revolução Bolivariana por narcoterrorismo, ofereçemdo uma recompensa de 15 Milhões de dólares pela cabeça do presidente Maduro, como no “Oeste Selvagem”.

Então o Departamento de Estado (chancelaria) de Trump, através da voz de Elliott Abrams (cuja participação no escândalo Irã-Contra e no massacre em El Mozote, El Salvador, é notória), propôs uma estrutura de transição democrática baseada no princípio de deslegitimar as eleições democráticas do presidente Maduro em 2018. Ele ofereceu uma negociação em que a separação do cargo do presidente não era negociável. Por fim, Trump ordenou a maior mobilização das Forças Armadas dos EUA no Mar do Caribe desde a invasão do Panamá, sob o pretexto de combater o narcotráfico na Venezuela. Isso, nas circunstâncias em que os registros do Departamento de Defesa dos EUA mostram que a principal rota de drogas ilegais para os Estados Unidos é através do Oceano Pacífico, em que a Venezuela não tem costa.

Em maio, um grupo de mercenários tentou uma invasão na costa venezuelana. Dois deles eram ex-boinas verdes dos EUA que confessaram ter sido contratados por uma empresa de segurança americana chamada SilverCorp. O CEO desta empresa divulgou um contrato com a empresa de Guaidó e seus colaboradores para realizar ações na Venezuela destinadas a remover o presidente Maduro do cargo e atacar outros líderes revolucionários. Isso também falhou e foi seguido por tentativas de efetivamente intimidar e bloquear os parceiros comerciais da Venezuela para que não enviassem produtos altamente necessários, incluindo gasolina, que em tempos de pandemia é a chave para o transporte de suprimentos médicos, pessoal e alimentos em todo o país.

Trump estaria melhor se seguisse seu instinto inicial de dialogar com o presidente Maduro. Um diálogo respeitoso com a Venezuela está mais de acordo com os interesses do eleitorado americano.

A Venezuela manteve-se firme contra todos esses ataques. A solidariedade internacional de países como Cuba, China, Rússia, Irã e Turquia tem sido fundamental. Medidas enérgicas e uma população organizada com espírito comunitário permitiran Venezuela continuar sendo um dos países com o menor número de mortes e casos ativos de COVID-19 na região. Em contraste, quando Washington reprime cidades como Portland (que sofreu o destacamento de policiais federais), os venezuelanos retornarão às urnas em dezembro, na esperança de eleger um parlamento renovado que reflita melhor as forças políticas no país. E com uma liderança que não está comprometida – como Guaidó fez- em promover sanções e bloqueios contra seu próprio país,

Na visão distorcida da realidade que Trump e seus conselheiros têm sobre a situação atual, acredita-se que políticas rígidas e mudança de regime contra a Venezuela levarão ao sucesso eleitoral na Flórida e, portanto, em todo o país. Certamente alguns membros da base de apoio de Trump gostariam de ver um golpe na Venezuela. Mas, depois de fracassos após fracassos, já deveria estar claro que a Venezuela não está se movendo nessa direção. Continuar tentando soluções desajeitadas só repetirá frustrações do passado. Uma política sólida em relação à Venezuela deve estar alinhada com as aspirações do povo venezuelano e com o real interesse do povo americano. Os venezuelanos querem paz, diálogo e soluções políticas.

Trump estaria melhor se seguisse seu instinto inicial de dialogar com o presidente Maduro. Um diálogo respeitoso com a Venezuela está mais de acordo com os interesses do eleitorado americano. Em vez de gastar o dinheiro dos contribuintes americanos em aventuras fracassadas e em cartéis de drogas inventados, esses fundos poderiam ser melhor gastos com a pandemia e outras necessidades dos EUA.

Políticas sólidas são mais propícias à reeleição. As estratégias de mudança de regime levarão apenas a mais fracassos.

*Jorge Arreaza, Ministro de Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela, escrebeu este artigo a solicitude do Conselho de Assuntos Hemisféricos (COHA)

Coluna traduzida por Marcia Cury, Senior Research Fellow de COHA

“En Cuba, compre converter cada persoa en defensora activa da verdade e a crítica en participación e solución” (Iroel Sánchez)

Oficinas do exército dos EUA censuraron o acceso de WikiLeaks e outros medios de Internet . O Washington Post ilustrou a información sobre o caso con esta caricatura.

Iroel Sánchez – La Pupila Insomne

Poucas figuras da historia tan encarnizadamente demonizadas coma Fidel, contra o que gastaron unha verdadeira fortuna non só para liquidalo fisicamente, senón para exterminalo moralmente. Nos laboratorios da CIA prepararon desde po envelenado para deixalo sen a súa lendaria barba, até sustancias que lle provocasen risa imparabel en público. Porén, ningunha cifra supera o finanzamento para as campañas propagandísticas, cargadas de calumnias e mentiras contra a Revolución Cubana, que tiveron, e aínda despois de morto seguen a ter, coma diana predilecta a súa figura.

Daquela, como explicar a contradición entre o escárnio inmorredoiro e o feito incontestabel de que onde queira que viaxase, mesmo alí onde eran diarias as infamias contra a súa persoa, fora aclamado afervoadamente polas moitedumes e respectado por adversarios ideolóxicos e políticos?

Contra a explicación mediocre do liderado carismático coa que algúns escribidores trasládanlle o fervor inconsciente que poden espertar os demagogos, Fidel é un líder ético, con indiscutibel carisma, mais a súa diferenza con outros carismas estriba en que acompañou as súas palabras con feitos e realizacións concretas; non mentiu xamais e acordou cada día pensando que facer polos demais, dando o constante exemplo persoal de ir sempre por diante e dar a cara, como esixiu o pobo cubano de todos os que recoñeceu como seus líderes auténticos, desde Céspedes até hoxe. A estatura moral de quen actúa deixando claro que, por alta que sexa a causa que se defende, o fin non xustifica os medios, fai brillar e distingue a Fidel na xeopolítica internacional.

Fidel tampouco é aquel que mantén aos seus na escuridade para aproveitar a ignorancia e manipular a vontade, senón o que afirma madrugadoramente ao pobo non lle dicimos cre, dicímoslle lê; o que comparte nos seus discursos datos e argumentos sofisticados, investigados polo miudo e expresados cunha lóxica impecabel e unha pedagoxía política consistente. A transformación educativa que liderou foi capaz de converter un pobo onde eran comúns analfabetos totais e analfabetos funcionais, en protagonista de fazañas científicas, culturais e militares que só poden nacer dun desenvolvemento masivo das intelixencias que o capitalismo invisibiliza coa exclusión clasista dunha república mitificada polo seu inimigos pero constatada por el e os seus compañeiros nas súas máis lacerantes ruindades. 

Con todo, o apego á ética e a obra educacional non explicarían abondo a vitoria fidelista sobre os seus demonizadores, que medra co tempo. O seu abelencioso e creativo manexo da comunicación, o seu sentido do contragolpe, arrasador fronte á calumnia ou a adversidade, ou o seu agudo sentido do simbólico, son evidentes desde os inicios da súa actividade política. É o estudante que en desafío á hipocrisia política reinante translada á Habana un símbolo como a campá da Demajagua; o candidato a representante á Cámara que camiña casa a casa o barrio de Cayo Hueso e envíalle unha carta a cada elector, o que apresado despois do asalto ao cuartel Moncada é fotografado no cuartel de Santiago de Cuba xusto diante dun retrato de Martí; o que desde a cadea pide ás súas compañeiras publicar e distribuír clandestinamente a súa alegación de defensa que segue sendo hoxe un éxito de vendas mundial. Fidel é o xefe que no medio das máis agudas carencias nunha guerrilla á que lle falta de todo menos convicción e afouteza, recibe no primeiro reforzo brazaletes e uniformes; o que percibe a importancia estratéxica de Radio Rebelde e fai da protección desta emisona un dos tres obxectivos principais a defender fronte á ofensiva batistiana no verán de 1958.

É Fidel o que, apenas nacendo a Revolución e vendo as campañas contra ela, organiza a Operación Verdade,  impulsa a fundación de Casa das Américas para o diálogo coa intelectualidade latinoamericana,  a axéncia Prensa Latina e Radio Habana Cuba, para difundir a verdade de Cuba; o Instituto Cubano de Amizade cos Pobos para cultivar a solidariedade de dobre vía, e no medio de grandes tensións dedica tempo e atención máxima a intelectuais que visitan o país como Graham Greene,  Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir. O seu sentido do simbólico, non como algo baleiro senón como testemuño vivinte do que é a Revolución, está na transformación dos cuarteis en escolas que chega até o século XXI coa creación da Universidade das Ciencias Informáticas onde antes houbera unha estación militar de espionaxe radiolectrónico.

O seu diálogo co xornalista galego Ignacio Ramonet é unha cátedra sobre a falacia da liberdade de prensa que preconiza o capitalismo, o valor que concede á crítica dentro do socialismo e a importancia da cultura e a educación fronte aos desafíos do control monopólico imperialista da comunicación:

“Chegamos á convicción de que é necesario desenvolver moito máis o espírito crítico. Eu estimuleino ao máximo porque constitúe un factor fundamental para perfeccionar o noso sistema. Sabemos que ten inconvintes, pero queremos unha crítica responsable. A pesar das posibles consecuencias, todo é mellor que a ausencia de crítica”.

(…)

“Se vostede chama liberdade de prensa ao dereito da contrarrevolución e dos inimigos de Cuba a falar e a escribir libremente contra o socialismo e contra a Revolución, calumniar, mentir e crear refrexos condicionados, eu diríalle que non estamos a favor desa liberdade. Mentres Cuba sexa un país bloqueado polo imperio, vítima de leis inicuas como a Helms-Burton ou a Lei de Axuste Cubano, un país ameazado polo propio Presidente de Estados Unidos, nós non podemos dar esa liberdade aos aliados dos nosos inimigos cuxo obxectivo é loitar contra a razón de ser do socialismo.”

(…)

“Neses medios libres, quen fala? De que se fala? Quen escribe? Fálase o que queren os donos dos xornais ou das emisoras de televisión. E escribe quen eles deciden. Vostede sábeo ben. Fálase de liberdade de expresión, pero na realidade o que se defende fundamentalmente é o dereito de propiedade privada dos medios de difusión masiva.”

(…)

“Nós soñamos con outra liberdade de prensa, nun país educado e informado, nun país que posúa unha cultura xeral integral e poida comunicarse co mundo.”

É por iso que creou espazos coma Mesa Redonda e Universidade para Todos. Cando a que daquela chamaban Oficina de Intereses de Estados Unidos comezou a dar cursos de inglés na súa sede, como parte dos seus intereses subversivos, el impulsou os cursos de Inglés por televisión, e cando lle preguntaron que farían os cubanos con internet, respondeu coma un raio: “falar cos norteamericanos en inglés”.

A súa confianza no pobo, ao que organizou e educou, era infinita. A partir desa educación e organización, nunca subestimou a necesidade de dar explicacións completas a asuntos complexos, como fixo na súa longa reflexión televisiva que preparou aos cubanos para recibir exitosamente a Juan Pablo II, cando toda a prensa internacional anunciaba que o Papa sería o anxo exterminador do socialismo cubano.

Xustamente, estes días nos que voan noticias falsas coma vento círcio, é común explotar reflexos condicionados para as persoas reaccionar emotivamente ante unha imaxe ou un titular, sen unha mínima análise de fontes previa ou os contextos que traen de volta a ese batallador pola verdade que é Fidel. Cando a tecnoloxía e o diñeiro converten a profesionais mentiráns en líderes de opinión, e a repetidores das fórmulas que levaron o mundo á desfeita na que se atopa en grandes agoreiros (que nos propoñen novas fórmulas salvadoras xusto desde onde o capitalismo e a democracia representativa afúndense no descrédito e eles non teñen unha palabra que achegar) o método fidelista de converter ao pobo en protagonista da súa propia defensa e dotalo dos máis altos coñecementos, transformando e potenciando para iso a institucionalidade revolucionaria, resulta un tesouro ao que debemos acudir de maneira creativa e consecuente.

A articulación co obxectivo de crear desde as bases da sociedade cubana un receptor crítico, un cidadán capaz de usar de modo creativo e emancipador as tecnoloxías da información e a comunicación, non pode conformarse coa alfabetización informacional. Necesítase con urxencia un proceso dinámico e dinamizador que como reclama o presidente Díaz Canel permita “aproveitar todas as nosas potencialidades”, porque “non podemos seguir ancorados a formas de comunicar anteriores á era dixital, e non podemos burocratizar os procesos ideolóxicos.”

Máis que crear habilidades, compre  formar unha sólida cultura da comunicación non só nos directivos, senón en todo o pobo, utilizando para iso a escola, os medios de comunicación e as estruturas de base das institucións e as organizacións políticas e de masas para converter a cada cidadán nun defensor activo da verdade e un crítico responsable con aquilo que estea mal, dotado dun conocimento que lle permita utilizar a vía máis eficaz e rápida para converter a crítica en participación e solución.

O país con máis mestres por habitante, o que eliminou en menos dun ano o analfabetismo e pintou a universidade de negro, mulato, obreiro e labrego; o que con accións de comunicación política liberou a Elián e logrou o regreso do Cinco, non pode proporse menos, nin llo permitiría a memoria daquel que se puxo á fronte do seu pobo para vencer precisamente todas esas batallas.

A seguridade transmitida pola modélica campaña contra a Covid-19, produce un grave repunte en Habana e Artemisa

Leticia Martínez Hernandez – Granma

O epidemiólogo Francisco Durán García entende que o inesperado repunte da Covid-19 en Cuba procede de comportamentos irresponsábeis, se cadra confiados en que depois da recuperación lograda a partir do primeiro surto (o 83,1% dos casos) en certos medios da capital e de Artemisa entenderon que a alarma non era para tanto. O epidemiólogo coida que esa irresponsabilidade procede dunha  baixa percepción de risco, influida polo feito de Cuba ter recuperado un número importante de persoas da enfermidade (até hoxe o 83,1 %), algunhas delas con apenas  síntomas e outras sen ningún.

Martirena critica no Granma o badameco debalar cara o contaxio.

No solpor de Marzal 11, Cuba recibira confirmación dos tres primeiros casos da COVID-19 no seu territorio nacional. O que no parecera lonxano, doutro continente, dun mundo alleo ao Caribe, presentouse de arrebato entre nós. Cobraba sentido de vez o que semellaba terror de celuloide e a pregunta era se Cuba poderia librar do andazo. Pasara menos de un mes de o Buró Político do Partido Comunista e o Consello de Ministros aprobar o Plano Especial contra a Pandemia, a cada máis grave e próxima.

A aprendizaxe revolucionaria de pór o tellado antes non chova ou, como di Martí, prever para salvar, conseguiu que a cinco meses de aquel primeiro avisoa primer mala noticia, Cuba aparecese case na marxe da estatística que nesta altura tira o sono ao mundo. Unha pandemia que conta máis de 19 millóns de contaxiados en 185 paises, deixou 3. 046 casos na illa dos que temos que laiarnos da morte de 88. No mundo, xa se contan 726.953 mortes.

Con todo, nos últimos 15 días houberan de soar as alarmas ante un crecimento acelerado de casos, sobre todo nas provincias da Habana e Artemisa. Números cantan un aumento: en apenas nove días de agosto, superouse o total de confirmados do mes de xullo: 413 contra 285. En estas primeiras xornadas, deuse tamén o valor máis alto para un día: 93 contra os 74 contabilizados no primeiros de maio.

Qué aconteceu? Por qué en certos sitios parou o contaxio e noutros non se os protocolos son semellantes para toda a illa?

Só nunha baixa percepción de risco e en n condutas  irresponsabeis dun grupo de persoas perante tan grave enfermidade, están as respostas a esas preguntas.

Unha festa relixiosa en Bauta; un bar en Baracoa, outro en Playa; unha pia en Guanabo; unha persoa con síntomas que asistira ao seu centro de traballo, outra que burlou a corentena establecida no barrio e ainda outra que marchou, sen encomendarse a ninguén, do centro de illamento. Son só exemplos de condutas irregulares meteron outravolta ao país en en tensión e pasaron por riba do esforzo descomunal de millóns de cubanos, entre eles os nosos heroes de todos os días, eses que na chamada zona vermella arrebatan sen descanso vidas á morte.

En entrevista co doutor Francisco Durán García, director nacional de Epidemioloxía e unha das voces máis esperadas cada mañá, o surto causado por condutas irresponsabeis– non é exclusivo de Cuba; está a pasar no mundo enteiro, pero no aso de Cuba, aclarou, facemos cousas diferentes ao que fai o mundo e esperamos tamén resultados diferentes.

Falou entón da pescuda masiva, da aplicación de probas diagnósticos PCR sen custo algún; da atención urxente, do illamento dos enfermos e os seus contactos; da aplicación de medicamentos de avangarda, do ingreso dos pacientes até a súa total recuperación. Un xeito de traballar , dixo, do que só queda esperar bos resultados.

Con todo, ao desprezar previsións tan elementais e sinxelas como o illamento, o uso da máscara ou o lavado e desinfección das mans, o risco vólvese extremadamente alto. Temos exemplos de contaxios en Cuba, confirmou Durán, que xeraron máis de 60 casos, sobre todo, en lugares pechados onde non se tomaron ningunha desas medidas.

O que é máis perigoso, agregou, é que eses infectados son capaces de levar o virus a diferentes lugares e volver contaminar a un número importante de xente. Son super-contaxiadores, persoas enfermas que, en locais pechados e climatizados, poden xerar unha alta transmisión.

Hoxe estamos nun mal momento, resumiu con pesar o doutor Durán, a partir do repunte de casos e da dispersión da transmisión na Habana e Artemisa. Ao cabo de termos control da enfermidade, rexistramos de vez un número elevado de contaxios, causados por violar as normas con condutas irresponsabeis.

O epidemiólogo coida que esa irresponsabilidade procede dunha  baixa percepción de risco e nela influíu tamén o feito de Cuba ter recuperado un número importante de persoas da enfermidade (até hoxe o 83,1 %), algunhas con moi poucos síntomas e outras sen ningún.

Nesa perspectiva hai quen entende que a Covid-19 é un catarro, o que foi radicalmente negado polo acontecido nos Estados Unidos e Brasil, por exemplo, con máis de mil mortos diariarios de todas as idades. A ese perigo súmanse as secuelas que pode provocar o virus,  a fibrose pulmonar e as complicacións neurológicas, entre outras.

Duran sallienta que na mocidade estase a dar o maior número de casos, se cadra por non lle daren importancia a Covid-19, por egoismo, superficialidade ou por entender que poden librarse doadamente da enfermidade, sen considerar que poden ser a vía de contaxio dos seus seres máis queridos, familiares de idade avanzada e por tanto con maiores riscos de padecer complicacións.

Pola conduta improcedente de poucos, A Habana retornou á fase de transmisión autóctona limitada, que implica o peche de case todas as actividades produtivas e servizos, o alongamento da epidemia e tamén da recuperación económica do país, así como o posible atraso do reinicio do curso escolar, previsto para setembro.

No medio dunha crise económica, xerada pola pandemia e tamén polo asfixiante bloqueo de Estados Unidos, as actitudes imprudentes de traballadores e directivos en lugares que deciden hoxe o desenvolvemento da nación, implican, ademais, un dano incalculabel para a economía do país.

Os irresponsabeis, os que menos cooperan, dixo hai uns días o Presidente Díaz-Canel, teñen que saber que non é un xogo o que se perde, aquí estamos a tratar coas vidas humanas. «Pensar que podemos ser descuidade por ter Cuba gañado o pulso contra a morte a partir de todo o esforzo que fixeron os nosos científicos, médicos e institucións, é irresponsabilidade e egoismo».

O internacionalismo médico cubano foi un compoñente central da Revolución (SEGUNDA PARTE)

Alejandro Pedregal – El Salto

O profesor de psicoloxía ambiental, Don Fitz, que ensinou en varias universidades dos EUA, especialmente na área de Saint Louis, Missouri, ven de publicar Cuban Health Care: The Ongoing Revolution (A atención médica cubana: unha revolución en marcha) Na primeira parte da entrevista para o medio cubano El Salto, reproducida en versión galega en TSA o pasadia dia 5, Fitz explica o contido desta revolución médica.  Nesta segunda entrega da conversa, aborda a resposta do sistema asistencial cubano aos andazos que castigaron a illa dende 1959 así como a construción e mellora sucesiva da rede ambulatoria que na actualidade é un modelo estudado por todo o mundo. Fitz di que o labor de máis de 400.000 profesionais médicos cubanos en 164 países durante seis décadas de Revolución, transmitiu ao mundo a imaxe verdadeira dunha utopía política feita realidade.

A heroica campaña de Cuba contra o Ébola en Africa foi internacionalmente recoñecida, mesmo polos paises do Norte que bloquean o seu dereito a adquiriren equipo médico no mercado global.
Como atendera Cuba as crises sanitarias que precederon a actual pandemia?

As campañas de vacinación comezaron en Cuba a pouco de triunfar a Revolución e a estrutura dos policlínicos integrais aumentou enormemente a súa efectividade. En 1962 o 80% dos menores de quince, foron vacinados contra a poliomielite en once días; esa mesma campaña nacional durou un só día en 1970. A malaria foi erradicada en 1967, do mesmo xeito que a difteria en 1971.

A febre do dengue, transmitida por mosquitos, golpea Cuba cada pouco. O que é verdadeiramente único é que os seus estudantes de medicina en Cuba, van de porta en porta facendo avaliacións. Nas aulas da Escuela Latinoamericana de Medicina (ELAM) coincide alumnado de máis de cen países con gran variedade de acentos. Non teñen problemas en ir ás casas, buscar plantas que atraian mosquitos e mirar nos teitos por se houber auga estancada.

En 1981, os institutos de investigación de Cuba crearon o Interferón Alfa 2B para tratar o dengue, un medicamento que deveu vital para enfrontar a COVID-19. Desde 2003, o Interferón Alfa 2B producido pola cubano-chinesa ChangHeber, probou a súa eficacia e seguridade na terapia de enfermidades virais como a hepatite B e C, o herpes zóster, a SIDA e o dengue. Cuba investigou múltiples medicamentos, malia o bloqueo dos EUA que obstrúe o acceso a tecnoloxías, equipos, materiais, finanzas e mesmo intercambio de coñecementos.

Coa chegada da SIDA, o primeiro paciente de Cuba morreu en 1986. Illando os soldados que deran positivo no VIH ao regresaren da guerra en Angola, unha sañuda campaña contra Cuba vía na corentena prexuízos contra os homosexuais. Ficou demostrado que isto era parte dos intentos de desacreditar a Cuba porque 1º) os soldados que regresaban de África eran maioritariamente heterosexuais (como o eran a maioría das vítimas africanas da SIDA), 2º) Cuba puxera en corentena a pacientes con dengue sen que se deron protestas, e 3º) os propios EUA tiñan un historial de corentena de pacientes con tuberculose, polio e mesmo SIDA.

No fin da URSS, decembro de 1991, acabou o comercio de Cuba co COMECON que representaba cinco mil millóns de dólares; a economía cubana en caída libre, exacerbou a crise da SIDA. A taxa de infección polo VIH na rexión do Caribe só foi superada polo sur de África. O bloqueo reduciu simultaneamente a dispoñibilidade de medicamentos, xa que fixo que os produtos farmacéuticos existentes fosen escandalosamente caros e interrompeu as infraestruturas financeiras utilizadas para a compra de medicamentos. Se a suma destes factores non abondase, Cuba abriu a comporta do turismo para ter divisas. Como era previsíbel, o turismo trouxo un aumento na prostitución. O risco de contaxio era evidente.

A resposta do goberno non demorou. Reduciu drasticamente os servizos en todas as áreas, agás dúas que foran consagradas como dereitos humanos: educación e atención médica. Os institutos de investigación médica desenvolveron unha proba diagnóstica propia en 1987. E as probas de VIH superaron os doce millóns en 1993.

Na altura do 90, cando os homosexuais convertéronse nas principais vítimas do VIH, o prexuízo foi oficialmente desafiado e nas escolas ensinábase que a homosexualidade era unha realidade como tantas outras da vida. Proporcionáronse condóns gratis nos consultorios médicos e, a pesar do seu alto custo, Cuba proporcionou medicamentos anti-retrovirais (TAR) gratis a todos os pacientes.

O esforzo unido e ben planificado de Cuba para facer fronte ao VIH deu os seus froitos. Mentres Cuba tiña douscentos casos de SIDA, a cidade de Nova York, con aproximadamente a mesma poboación, tiña 43.000. En Nova York E os neoiorquinos tiñan moitas menos probabilidades de visitar o África subsahariana, de onde un terzo dun millón de cubanos recén regresara da guerra pola independencia de Angola. En 1997, Chandler Burr escribiu en  The Lancet que Cuba tiña “o programa nacional contra a SIDA con máis éxito do mundo”, malia ter só unha pequena fracción da riqueza e os recursos dos EUA.

Co virus do Ébola foi diferente, pois dábase principalmente no África subsahariana e os cubanos non frecuentaran esa área durante décadas. Cando o virus rebordou todo o previsto no outono de 2014, gran parte do mundo entrou en pánico. Os EUA proporcionaron apoio militar e outros países prometeron diñeiro. Cuba respondeu co máis demandado: enviou 103 enfermeiras e 62 médicos voluntarios a Serra Leoa. Con 4.000 membros do persoal médico xa en África, incluídos 2.400 doutores, Cuba estaba preparada para a crise antes que comezara. Como moitos gobernos non sabían como responder ao andazo, Cuba capacitou a voluntarios doutras nacións no Instituto de Medicamento Tropical Pedro Kourí da Habana. En total, ensinou a 13.000 africanos, 66.000 latinoamericanos e 620 caribeños a tratar o Ébola sen infectarse.

O límite da medicina capitalista, aparece con máis claridade con esta pandemia?  

O máis salientábel do sistema de saúde cubano son 1º) todas as partes están completamente integradas nun só conxunto que pode responder a problemas médicos, 2º) todos no país participan no sistema para poder aproveitaren as experiencias colectivas do país, e 3º) baséase na crenza de que todos deberían recibir atención médica completa como un dereito humano. O sistema médico dos EUA baséase no principio de que cada empresa debería estar en disposición de obter a maior ganancia posible. A pesar dun embargo desapiadado que impide a Cuba recibir as subministracións médicas necesarios, ten unha esperanza de vida máis longa e unha taxa de mortalidade infantil máis baixa ca dos EUA. Ao mesmo tempo, Cuba gasta ao redor do 5% por persoa cada ano do que gastan nos EUA. en atención médica. O sistema da EE.UU. non pode afastarse da procura de ganancias, polo que manexará peor as futuras pandemias.

Un factor que moitos ignoran, mesmo moitos que entenden as vantaxes do sistema cubano, é o papel central da agricultura animal no fomento de pandemias. Os animais domésticos apíñanse cruelmente en pequenos espazos e os hábitats dos animais salvaxes son tripados a diario. Isto maximiza o potencial de mutacións virais como a COVID-19. A industria de alimentos non pode admitir o perigo que isto representa para a saúde humana, xa que poría en perigo o seu negocio e beneficios. Todos debemos alentar a sistemas de saúde como os de Cuba e Venezuela a analizar o perigo da gandaría industrial e ter debates abertos sobre como reducir a produción de carne.

Ao triunfar a Revolución, todo o sistema de saúde foi transformado.

A medicina non era algo illado, senón compoñente esencial dunha transformación social que continúa. Estas transformacións incluían á campaña de alfabetización, saneamento, reforma agraria, salarios e métodos agrícolas, dieta mellorada, pensións, novas estradas, novas aulas, novos fogares, auga corrente, anti-racismo e igualdade de xénero.

O primeiro desafío médico para a Revolución foi poder brindar atención médica de balde, como dereito humano, a quen nunca viran un médico, especialmente cubanos negros e de áreas rurais. Isto traspasou fronteiras, pois buscou levar atención médica a outros países. Campañas de vacinación e un conxunto de programas destinados a erradicar enfermidades en Cuba;foron un éxito .

A desconexión entre os servizos de saúde, resolveuse en 1964 coa creación dos policlínicos integrais que integraron as diversas asistencias. O aspecto máis revolucionario deste cambio foi que cada cidadán tiña un único punto de entrada ao sistema de atención médica a través da súa área xeográfica específica. A medicina cubana incluíu con rigorosidade ao 100% da poboación e o concepto de entrada único prevaleceu varias reformas.

Porén en 1974 houberon de cambiar de clínicas a policlínicos comunitarios. No antigo sistema, os pacientes ían ás clínicas. A partir de 1974, as clínicas irían á comunidade. Estas clínicas desenvolveron equipos de médicos e enfermeiras, baseados en especialidades e estes equipos especializados serían responsábeis da área da clínica.

Xurdiron novas contradicións dentro deste sistema clínico, sendo unha das máis importantes que os equipos de médicos e enfermeiros baseados en especialidades tiñan áreas demasiado grandes para coñeceren ben aos pacientes. En 1984 a medicina cubana comezou a cambiar cara a equipos de médicos e enfermeiros en consultorio de veciñanza ou oficina de médico. Os equipos vivían na veciñanza ao que estaban asignados, tiñan especialidade en medicina xeral para os problemas máis frecuentes e tiñan unha área abondo pequena para cada paciente poder ir ao consultorio e médicos e enfermeiros atinxiren todas as áreas. Este sistema sobreviviu até hoxe e inclúe case ao 100% dos cubanos. Os equipos de médicos e enfermeiros de veciñanza coñecen a cadanseus pacientes polo seu nome e están completamente integrados con clínicas, hospitais, escolas de medicina, hospitais especializados e institutos de investigación.

Como se manifestou a visión internacionalista ao longo do tempo?

Pasaran só quince meses da Revolución, e Cuba enviou médicos a Chile, tralo sismo de 1960. En 1963, foi unha brigada médica a Alxeria, que loitaba pola súa independencia de Francia. Tamén foron brigadas ao Zaire, Congo e Guiné Bissau, para acompañar aos asesores militares. Durante as guerras angolanas de 1975 a 1988, Cuba enviou entre 700 e 800 profesionais médicos para apoiar ás súas tropas. A asistencia cubana internacional expandiuse a nivel mundial, de modo que ao final das guerras de Angola tamén enviara brigadas médicas a Benin, Burkina Faso, Camerún, Cabo Verde, Guinea Ecuatorial, Ghana, Guinea, Madagascar, Malí, Mozambique, Nixeria, Santo Tomé e Príncipe, Séichelles, Serra Leoa, Somalia, Tanzania, Uganda, Zambia e Zimbabwe. Cuba mesmo estableceu unha facultade de farmacia en Jimma, Etiopía.

As brigadas médicas máis grandes enviadas a América Latina e o Caribe foron a Perú, Xamaica, Granada e Nicaragua. Pequenas brigadas, foron a Bolivia, Colombia, Güiana, México, Panamá, Surinam e Santa Lucía. Outros países que recibiron axuda cubana foron Irán, Iraq, Libia, Mauritania, Marrocos, Iemen do Sur, Siria, Sahara Occidental, Afganistán, Sri Lanka, Vietnam, Laos e Ucraína. Entre 1975 e 1991, máis de 70.000 traballadores humanitarios cubanos foron ao estranxeiro. Ao mesmo tempo, Cuba trouxo a máis de 50.000 alumnos de todo o mundo para estudar nas súas escolas, cubrindo o custo total da súa educación. En 1984, Cuba asumira a viaxe e gastos de residencia de estudantes de 75 nacións, practicamente todos de países pobres onde os estudantes xeralmente debían pagar pola súa educación. O número de estudantes que veñen estudar a Cuba incrementouse aínda máis en 1999, cando abriu a ELAM. Para 2020, a ELAM capacitara 30.000 médicos de máis de cen países.

En seis décadas de Revolución, máis de 400.000 profesionais médicos cubanos traballaron en 164 países e melloraron a vida de centos de millóns de persoas.

Como influiu o Che na idea de medicina revolucionaria?

O Che tomara un descanso de nove meses na Facultade de Medicina de Buenos Aires en decembro de 1951 para viaxar en motocicleta por Arxentina, Chile, Perú, Colombia e Venezuela. Quería gañar experiencia práctica coa lepra. Na noite do seu 24 aniversario, o Che cruzou o río a nado na colonia de San Pablo en Perú para unirse aos leprosos e atendelos. Non se conformaba con estudar e simpatizar con eles; quería acompañalos e entender a súa existencia. Estar en contacto con persoas pobres e famentas mentres estaban enfermas transformou ao Che. Imaxinou unha nova medicina, con médicos que atenderían á maior cantidade de persoas con atención preventiva e concienciación pública sobre a hixiene. Uns anos máis tarde, o Che uniuse ao Movemento 26 de Xullo de Fidel Castro como médico e atopábase entre os 81 tripulantes do Granma que chegou a Cuba o 2 de decembro de 1956. Despois da vitoria do 1 de xaneiro de 1959, a nova Constitución cubana incluíu o soño do Che de atención médica gratuíta para todos como dereito humano.

Décadas antes de a COVID-19 infectar o mundo a imaxinación do Che pasou de médico a médico. Claro que o funcionamento interno do sistema médico actual de Cuba non foi obra súa. Pero o seu exemplo inspirou a curadores que teceron deseños adicionais a unha tea que agora se desprega no cinco continentes. Miles ou millóns de persoas ven imaxes semellantes dun futuro diferente. Se as súas ideas permanecen mentres as estruturas sociais desintegran, unha idea revolucionaria pode converterse nunha forza material para a construción dun mundo novo.

Cresce o clamor para o Nóbel da Paz ser atribuído as brigadas médicas cubanas

O Dr.Leonardo Fernández, de 68 anos, que depois de combater o ébola na África Ocidental rumou a Itália no pico da COVID-19.

Gustavo Carneiro – Avante

Por todo o mundo cresce o clamor para o Prémio Nobel da Paz ser atribuído aos profissionais de saúde cubanos que integram o Contingente Internacional Henry Reeve. Se este facto tem algum significado não é tanto pelo galardão em si, ao qual restará pouca credibilidade, mas pelo que representa de reconhecimento crescente pela acção internacionalista de Cuba na área da saúde, cuja dimensão e importância a pandemia de COVID-19 tornou ainda mais notória.

Por mais que justificassem plenamente toda a espécie de prémios e reconhecimentos, não estão em causa os milhares de médicos cubanos que prestam cuidados regulares às populações de dezenas de países, integrando e qualificando os respectivos sistemas de saúde, nem a formação superior em Medicina que Cuba garante a estudantes estrangeiros. O que hoje suscita admiração generalizada é a acção do contingente especializado na prestação e auxílio clínico e humanitário em situações de calamidade natural ou sanitária, criado em 2005 pelo Comandante Fidel Castro para atender à devastação provocada pela passagem do furacão Katrina pelos Estados Unidos.

Apesar de George W. Bush ter recusado o apoio cubano, prejudicando assim as populações do seu país, o contingente tem marcada na sua própria designação esta que seria a sua primeira missão: Henry Reeve foi um jovem militar norte-americano que se juntou à luta pela independência de Cuba do domínio espanhol e por ela deu a vida, sendo executado em 1876, com 36 anos. É este exemplo de internacionalismo que Cuba homenageia – e replica.

Desde a sua criação, cerca de três dezenas de brigadas, envolvendo para cima de 8000 profissionais de saúde, estiveram em mais de 20 países, enfrentando 16 inundações, oito furacões e outros tantos terramotos, e ainda quatro epidemias. O testemunho do médico Leonardo Fernández, de 68 anos, que depois de combater o ébola na África Ocidental rumou a Itália no pico da COVID-19, revela a grandeza moral dos que as integram: «Estamos com medo, mas temos uma missão revolucionária a cumprir e aí pomos o medo de lado (…).»

O mais certo é que os internacionalistas cubanos não vençam o Nobel.

Provavelmente, nem sequer o desejam, ou não tivesse sido já atribuído a Obama antes mesmo de tomar posse como presidente dos EUA (e de, uma vez no cargo, bombardear vários países) à União Europeia braço europeu da NATO, ao carniceiro Kissinger ou a responsáveis pelo apartheid sul-africano e pela ocupação sionista da Palestina… Chega-lhes seguramente a gratidão dos povos.

E haverá melhor prémio?

Avante, Orgão Central do Partido Comunista Portugués 06.08.20