Madrid, 17 mai (Prensa Latina)
O ministro de Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou hoje aqui que a União Europeia (UE) carece de autoridade moral para falar sobre a situação dos direitos humanos em seu país.
Entrevistado pelo canal de televisão Telecinco, Rodríguez reforçou que Cuba, como país soberano, não reconhece ao bloco comunitário nenhuma autoridade moral para tratar desse tipo de assunto.
O chanceler advertiu, também, que enquanto existir a chamada Posição Comum da UE com respeito a Cuba, aprovada em 1996, será impossível uma completa normalização dos vínculos entre a nação antilhana e os Vinte e sete.
Rodríguez, no entanto, reconheceu a Espanha como um interlocutor válido, em sua condição de presidente de turno da União durante o atual semestre.
Perguntado pela emissora madrilenha, o chefe da diplomacia de Havana negou a existência de presos políticos na ilha e assegurou que há réus como em qualquer parte do mundo. Trata-se, esclareceu, de pessoas julgadas por atos ilegais qualificados em leis prévias e sancionadas em processos ordinários por tribunais civis.
Nada a ver com as comissões ou os tribunais militares que julgam na base de Guantánamo ou em Abu Ghraib, e sobre o qual a Europa não tem dito uma só palavra, denunciou o titular de Exteriores.
Rodríguez, que encabeça a delegação cubana à VI Cúpula euro-latino-americana, expressou seu otimismo em que esse fórum se pronuncie amanhã pela plena vigência dos princípios do Direito Internacional, inclusive a não ingerência nos assuntos internos e a igualdade soberana dos Estados.